Encontro reuniu militares para discutir direitos, limites e mecanismos de proteção no ambiente institucional
A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) realizou, nesta terça-feira (18), uma atividade de conscientização com mulheres da Base Aérea de Manaus (BAMN), direcionada ao enfrentamento do assédio moral no trabalho. A iniciativa foi conduzida pela 1ª Subdefensora Pública Geral, Ana Karoline Santos Pinto Rocha, convidada pela unidade militar para compartilhar conceitos, legislações e estratégias de proteção às vítimas em contextos institucionais.
A ação integra as medidas da Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral e Sexual, Discriminação e Violência Política da Defensoria, presidida pela própria subdefensora. O grupo tem atuado na criação de materiais informativos, na divulgação de canais de acolhimento e na promoção de ações educativas que reforçam uma cultura organizacional baseada no respeito, com vigência de dois anos.
“Há uma mobilização interna que já desenvolvemos com cartilhas, comunicação educativa e momentos formativos. O convite da Base Aérea surge como reflexo desse trabalho, pois encontram em nós uma referência no tema. Em estruturas fortemente hierarquizadas, é comum que pessoas não se sintam confortáveis para relatar situações de violência. Por isso, informar e conscientizar é tão importante”, pontuou a Subdefensora Pública Geral. Ana Karoline.
De acordo com a presidente da Comissão de Prevenção ao Assédio da Base Aérea, Capitã Bárbara Lacerda, o conteúdo contribuiu para que o público compreenda os direitos e mecanismos de proteção dentro da corporação.
“Com o número reduzido de mulheres, muitas vezes não sabemos até que ponto questionamentos ou atitudes da chefia são condutas aceitáveis. Esse preparo nos torna mais seguras e nos ajuda a orientar outras colegas para que nenhuma mulher viva esse tipo de situação”, afirmou a Capitã Bárbara.
Informação como ferramenta de proteção
Para as participantes, compreender de forma objetiva o que caracteriza o assédio é essencial para a prevenção e enfrentamento.
“Aprendi muito sobre o que realmente se caracteriza como assédio, inclusive em brincadeiras que parecem inofensivas. Que outras atividades como essa possam acontecer, especialmente porque tratam do nosso ambiente de trabalho”, disse a segundo-tenente Roberta de Moraes.
Já para a primeiro-sargento Monique dos Santos, o conteúdo esclareceu a respeito de orientações que contribuem para o reconhecimento de condutas inadequadas e buscar ajuda quando necessário.
“Tivemos respostas claras para dúvidas constantes. Foi esclarecedor e necessário. Espero que mais pessoas tenham acesso a esse conteúdo”, comentou.
Continuidade da iniciativa
Uma nova atividade será realizada no dia 25 de novembro, também das 10h às 11h, dessa vez com o público masculino da unidade, reforçando que a prevenção ao assédio é uma responsabilidade compartilhada.
Texto e Fotos: Aline Ferreira