As principais pautas apresentadas durante o encontro foram a dificuldade de acesso a consultas médicas, a demora no diagnóstico da doença, a falta de medicamentos
O Núcleo de Defesa da Saúde (Nudesa) da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) realizou, nesta quinta-feira (28), uma reunião com representantes de pacientes com fibromialgia para ouvir demandas de pessoas que vivem com a doença e alinhar encaminhamentos para melhoria do acesso a consultas, diagnósticos, medicamentos e tratamento multiprofissional no Sistema Único de Saúde (SUS). O encontro foi articulado pelo Fórum de Pessoas com Fibromialgia do Amazonas, por meio do vereador Rodrigo Guedes.
As principais pautas apresentadas durante o encontro foram a dificuldade de acesso a consultas médicas, a demora no diagnóstico da doença, a falta de medicamentos e a necessidade de criação de um centro de atendimento multiprofissional e interdisciplinar especializado para pessoas com fibromialgia no Amazonas.
O defensor público Arlindo Gonçalves, coordenador do Nudesa, destacou que a reunião permitiu ouvir demandas já organizadas e com fundamentação jurídica.
“Os grupos de pacientes trouxeram um levantamento detalhado de fundamentos jurídicos e de modelos de atendimento no SUS em diversos locais do Brasil. Essa primeira conversa foi bastante interessante porque já partimos de um cenário de reivindicações estruturadas”, afirmou o coordenador do núcleo.
“Nosso papel é justamente garantir que esses cidadãos sejam ouvidos e que as suas demandas cheguem às instâncias responsáveis. A partir dessa reunião, vamos avaliar os encaminhamentos possíveis, buscando junto ao Estado e ao Município soluções que assegurem um atendimento mais digno e especializado”, explicou Arlindo Gonçalves.
O encontro reuniu representantes dos grupos que integram o Fórum de Pessoas com Fibromialgia do Amazonas: o Movimento de Pessoas com Fibromialgia do Amazonas, coordenado por Alzamira Rodrigues; o grupo Fibromialgia Manaus, coordenado por Rayane Aguiar; e o grupo Pessoas de Fibra com Fibromialgia FM, representado pela assistente social Núbia Costa.
O vereador Rodrigo Guedes destacou que a busca pelo apoio da Defensoria é estratégica para dar visibilidade à causa.
“As pessoas com fibromialgia enfrentam um cenário de descaso. Muitos não conseguem consultas nem medicamentos básicos. Sem a Defensoria, não conseguimos romper essa barreira de invisibilidade. A partir de agora, sabemos que essa luta ganha reforço e pode avançar em dignidade”, afirmou.
A assistente social Núbia Costa chamou atenção para a espera prolongada por atendimento.
“Temos pacientes que aguardam há dois, três anos por uma consulta para conseguir diagnóstico. Quando finalmente chegam a um especialista, muitas vezes faltam medicamentos e eles precisam comprar o tratamento por conta própria. Isso adoece ainda mais, porque a fibromialgia exige acompanhamento de vários profissionais ao mesmo tempo”, denunciou Núbia Costa.
Para a Coordenadora do Fórum de Pessoas com Fibromialgia do Amazonas, Alzamira Rodrigues, a principal demanda é pela criação de um centro multiprofissional.
“Hoje, o diagnóstico demora anos e as pessoas sofrem com dor crônica, incapacidade física e até depressão. Queremos um atendimento especializado que realmente garanta qualidade de vida. Essa luta é por todos os pacientes que merecem respeito e cuidado”, pontuou.
Sobre o Fórum
O Fórum de Pessoas com Fibromialgia do Amazonas foi criado com o objetivo de reunir pessoas e grupos com fibromialgia do Estado, para juntos lutarem por seus direitos. O intuito é realizar reuniões para tratarem de temas e pautas importantes e relevantes para a causa da Fibromialgia no estado do Amazonas.
Texto: Aline Ferreira
Fotos: Marcus Bessa/DPE-AM