Premiação reconhece pessoas e organizações que atuam em favor da promoção da igualdade racial; defensora Suian Lopes ressalta a importância de se reafirmar a luta no Estado, onde há um constante apagamento da presença negra
A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) participou, nesta quinta-feira (14), da cerimônia de entrega Prêmio Nestor Nascimento 2024, que reconhece pessoas e organizações que atuam em favor da promoção da igualdade racial.
A sexta edição do prêmio anual foi realizada no auditório Senador João Bosco da Escola do Legislativo, da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), em Manaus. A defensora Suian Lopes, presidente do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial no Amazonas (Cepir-AM), compôs a mesa da cerimônia de premiação.
Durante o evento, a defensora destacou que “não é fácil se reafirmar negro no Amazonas”. “Constantemente tentam apagar a presença da população negra nesse Estado. Então, é sempre importante estarmos aqui presentes, reafirmando a nossa luta por igualdade racial”.
Suian Lopes disse que a premiação foi um momento de importante de valorização da cultura negra no Amazonas. “Os homenageados atuam na pauta negra, têm projetos interessantes que promovem a luta e a cultura. Tivemos feminismo negro, pessoas das religiões de matriz africana, produção audiovisual, entre outros. Houve um momento cultural muito interessante, com apresentações musicais, dança e capoeira”, acrescentou.
Sobre Nestor Nascimento
Advogado, jornalista, militante e sócio-fundador da Escola de Samba Vitória-Régia, Nestor José Soeiro do Nascimento foi um líder responsável por mobilizar a população negra do Amazonas a participar de movimentos sociais. Ele fundou a Associação dos Moradores e Amigos da Praça 14 de Janeiro.
Em 1997, foi convidado pelo então presidente dos Estados Unidos da América (EUA) Bill Clinton para discutir sobre Direitos Humanos.
Em sua trajetória, também viveu momentos difíceis, tendo sido torturado na década de 1970 durante a Ditadura Militar. Nestor morreu no ano de 2003, aos 56 anos de idade.
Categorias e premiados:
- Preservação da fé nas religiões de Matriz Africana e combate à intolerância religiosa – Maria Orny de Miranda Palheta
- Feminismo negro – Silvana Barreto Oriente
- Respeito, visibilidade, resgate histórico e luta contra o racismo – Susana Cláudia de Freitas e Associação de Capoeira Arte e Revelação
- Promoção de atividades afro-culturais e educativas – Tereza de Jesus Santos
- Fomento do protagonismo negro – movimento cultural antirracista O Grito da Periferia
- Produção acadêmica, produção literária e estudos sobre a presença negra no Amazonas – Elizangela de Almeida Silva
- Promoção da saúde integral da população negra, priorizando a redução das desigualdades étnico-raciais, o combate ao racismo e à discriminação nas instituições e serviços do Sistema Único da Saúde (SUS) – Raniele Alana
- Prêmio especial pela contribuição social e histórica do trabalho – Keila Sankofa Menção honrosa:
- Babalorisà Manoel De Xangô
- Lucius Gonçalves
- Ponto de Cultura e Coletivo Cocada Baré
- Maria de Nazaré Spencer
Texto: Luciano Falbo
Fotos: Márcio Silva/DPE-AM