O Grupo de Trabalho (GT) Enchentes 2022, da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) vai oficiar a Defesa Civil de Manaus, a Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) e a concessionária Águas de Manaus para que enviem informações sobre as ações tomadas para minimizar os impactos causados pela cheia deste ano. Nesta sexta-feira, o GT Enchentes visitou o bairro Educandos, na Zona Sul de Manaus, e identificou necessidades dos moradores do local. A visita contou ainda com o apoio das equipes de vigilância ambiental, endemias e educação em saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
De acordo com a defensora pública Dâmea Mourão, coordenadora do Núcleo de Moradia e Fundiário (Numaf) e integrante do GT Enchentes, no beco Ana Nogueira 2, a principal necessidade era a construção de pontes. “No início da semana, nós estivemos aqui e, naquele momento, não havia pontes para as pessoas se locomoverem. Nós entramos em contato com a Defesa Civil e, hoje, vimos que esse trabalho foi iniciado após o contato prévio. Isso é importante porque as pessoas já estão com suas rotinas impactadas por causa da subida das águas”, explicou ela, afirmando que a Defensoria busca sempre o diálogo com o poder público.
Outro ponto que chamou atenção foi o acúmulo de lixo no entorno das casas, além das tubulações de água que estão submersas. “Nós vamos solicitar informações da Semulsp e da concessionária Águas de Manaus, via ofício, para saber como eles estão trabalhando para minimizar os impactos, porque é uma situação que precisa ser vista com urgência”, disse. Apesar da construção das pontes terem sido iniciadas, a Defensoria vai pedir informações da Defesa Civil sobre o cadastramento das pessoas que vão precisar sair de suas casas.
Atenção à saúde
Durante a ação desta sexta-feira, os moradores receberam orientações das equipes de endemias, educação em saúde e vigilância, da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Nesse período do ano é comum o aumento dos casos de leptospirose, hepatites e doenças diarreicas por causa da poluição hídrica. “O nosso trabalho é de prevenção antes, durante e após a cheia, porque nesse período o lixo fica mais próximo das casas. Nessa fase de inundação, os roedores migram para as áreas secas e é aí que o risco de contaminação por leptospirose aumenta. Depois do trabalho de levantamento, nós entramos com a aplicação de veneno nas áreas que necessitam”, explicou a chefe de vigilância em saúde ambiental da Semsa, Jocilene Galúcio.
No ano passado, a dona de casa Roni Martins, 34, teve os três filhos contaminados pela leptospirose. O mais novo, de 10 anos, chegou a ficar 15 dias internado. “Esse ano, eu já estou preocupada porque o rio está subindo e a gente não tem pra onde ir”, disse ela.
A defensoria também distribuiu folhetos para os comunitários com o contato do “Zap da Cheia” (92 98431-7941). O objetivo é receber novas demandas da população, por meio de fotos e vídeos, para que a instituição possa intermediar em busca de soluções junto ao Poder Executivo.
Texto: Kelly Melo
Fotos/Vídeo: Evandro Seixas/DPE-AM
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