Emaluci Reis está no sétimo período do curso de Direito e, mesmo sendo professora aposentada, tem muitos planos profissionais
Estagiária do Núcleo Criminal da Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM), Emaluci Reis tem 67 anos e um grande objetivo na vida: ser defensora pública. Inspiração para todos os colegas e cheia de planos para o futuro, a estudante do sétimo período de Direito prova que é possível ter ambições em todas as fases da vida.
Ela entrou na Defensoria há cinco meses e vem colocando em prática tudo o que aprendeu nas aulas do curso de Direito. Mas essa não é a primeira formação da Emaluci, que contou como a trajetória acadêmica foi recheada de força de vontade e apoio dos familiares.
“Já bati na porta de Psicologia e Comunicação Social, mas me formei mesmo em Pedagogia. Fui professora por nove anos da universidade onde eu me formei”, contou a estagiária.
O Direito apareceu na vida dela depois da aposentadoria. “Eu voltei para casa e não gostei de fazer nada”, afirmou Emaluci.
Esse período coincidiu com a morte do filho mais velho. Foi quando ela, incentivada pela família, voltou para a sala de aula como aluna, como uma forma de ocupar o tempo e a mente.
“Consegui reaproveitar várias matérias, porque eu tinha mestrado em Pedagogia. Então, eu já entrei no terceiro período, em 2023”, explicou a estagiária, que não tem medo de novas experiências acadêmicas fora do tempo dito regular.
“Eu terminei o Ensino Médio pelo Ensino de Jovens e Adultos, o EJA. Eu tinha 30 anos, era casada e já tinha filhos”, relatou.
Estágio na Defensoria
No início deste ano, a nora de Emaluci falou sobre a abertura do processo seletivo de estágio na Defensoria. Foi com surpresa que ela recebeu a notícia da aprovação. Desde março, ela integra o quadro da DPE-AM e foi alocada no Núcleo Criminal, que funciona na Avenida Umberto Calderaro, no bairro Adrianópolis, Zona Sul de Manaus.
“Na Defensoria Pública, eu estou aprendendo muito. Hoje, eu vejo que eu gostaria de ter entrado aqui no terceiro período, porque aquilo que os professores falam em sala de aula, eu lembro aqui na Defensoria”, disse, entusiasmada.
Apesar de lidar todos os dias com demandas criminais, ela confessa que gostaria de conhecer outras áreas de atuação da DPE-AM para escolher qual especialidade fará e que tipo de trabalho vai desenvolver com os assistidos, quando, finalmente, realizar o sonho de se tornar defensora pública, uma missão que ela considera divina.
“Eu vejo no Direito a bíblia concretizada. E eu agradeço a Deus por tudo que Ele tem feio por mim e pela Defensoria Pública”, reconheceu e concluiu ainda: “Uma certeza é: vou ser defensora pública”.
Texto: Thamires Clair
Fotos: Thamires Clair