A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) realizou a 4ª reunião do Fórum Pop de Rua, nesta sexta-feira (24), na sede da instituição, no Aleixo, na Zona Sul de Manaus. O evento aconteceu de forma hibrida e contou a participação das defensoras públicas Stéfanie Sobral e Carolina Carvalho, das secretarias municipais da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) e do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi), além de representantes da sociedade civil e pessoas que estão em transição para sair da condição de rua.
De acordo com a defensora Stéfanie Sobral, que coordena o programa Ruas do Amazonas na DPE-AM, o fórum foi produtivo, não só por trazer discussões para a melhoria no atendimento à população em situação de rua na capital, mas também por dar encaminhamentos importantes para os próximos debates e ações sociais.
“Aqui a gente tem a oportunidade de debater com o poder público e sociedade civil e definir quais as estratégias, atividades e serviços que podem beneficiar essa população vulnerável, sempre buscando a superação dessa condição. Hoje falamos sobre empreendedorismo, emprego e renda e saímos daqui com encaminhamentos concretos”, afirmou ela.
Durante o fórum, ficou definido que a Semtepi vai organizar um calendário mensal para levar informações sobre qualificação profissional, cursos e workshops às unidades que recebem temporariamente ou abrigam pessoas em situação de rua, bem como, junto com a Semasc, promover ações para qualificação daqueles que fazem o atendimento dessas pessoas nos espaços públicos. As organizações da sociedade civil (OSC’s) que trabalham nessa temática também devem ser contempladas com capacitações para atender o público.
“O fórum tem trazido momentos de discussões saudáveis, fazendo com que o município acelere seus procedimentos. Hoje falamos sobre emprego, trabalho e renda para população em situação de rua e saímos com tarefas práticas”, disse a subsecretária da Semasc, Graça Prola.
Durante o evento, também ficou definida uma próxima ação conjunta para levar atendimento jurídico e outros serviços às pessoas em situação de rua que passam pelo Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP). O evento será realizado no final de julho.
Para a artista Lucka Brasil, que viveu 12 anos nas ruas de Manaus, e hoje milita na causa, esse tipo de reunião é importante para apresentar os pontos sensíveis na prestação de serviços para o público-alvo, além de ser uma oportunidade de ouvir essa população e elaborar políticas públicas mais eficientes.
“Esse é um espaço que reúne diversas pessoas para trocar ideias, em busca de avanços para o acolhimento dessas pessoas, que também são cidadãs. E essas políticas têm que ser de forma prática para quem está nessa condição de vulnerabilidade social. O que essas pessoas precisam é de oportunidade”, afirmou ela, que saiu das ruas recentemente e encontrou na música uma forma de levar informações sobre empoderamento feminino, superação e vivência na rua.
O próximo fórum está previsto para ocorrer em agosto deste ano.
TEXTO: Kelly Melo
FOTOS: Evandro Seixas/DPE-AM