Domingas Laranjeiras completa 37 anos de assistência jurídica à população

A defensora pública Maria Domingas Gomes Laranjeira, 69, viu a Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) nascer, acompanhou e atuou em todas as etapas de crescimento da instituição e segue em atividade. Neste 1º de junho de 2022, ela completa 37 anos de dedicação à assistência jurídica à população.

A carreira teve início ainda como advogada de ofício, no Departamento de Assistência Judiciária, da Secretaria de Justiça do Estado. Assumiu o cargo em 1º de junho de 1985, juntamente com Ilmair Siqueira Faria, Edson Graça e Luiz Carlos Sampaio. Desta turma, apenas Domingas segue em atividades. Os demais se aposentaram.

A Defensoria Pública, na forma como é hoje, só foi criada pela Constituição Federal, em 1988, e a DPE-AM, somente em 30 de março de 1990.

Com a criação da instituição, aqueles que já atuavam como advogado de ofício puderam optar pela carreira de defensor público. E assim fez Domingas. Como defensora pública, Domingas atuou no Criminal, Trabalho, e depois se fixou na área Cível. Na administração da Defensoria, Domingas diz que “só” foi diretora administrativa e subdefensora geral, porque, segundo ele, sempre foi muito “briguenta”.

Vinda de uma família pobre da zona rural de Boa Vista (RR), Domingas é filha de mãe analfabeta e pai que não completou o ensino ginasial, casal que trabalhava na roça para sobreviver. A defensora conta que conheceu cedo as dificuldades da pobreza. Foi alfabetizada em casa, por um tio professor e só foi para a escola aos 11 anos de idade.

Casou, teve um filho e se divorciou ainda bem jovem. Mais tarde, superou as dificuldades financeiras e quebrou tabus na sociedade eminentemente machista da Manaus dos anos 1970 e 1980 para se formar em Direito pela então Universidade do Amazonas (UA). Formou-se em 1981 e foi a segunda mulher da história a ser oradora de uma turma de Direito. Tem ainda mais dois filhos.

Com muita disposição e bom humor, Domingas segue exercendo seu ofício na área Cível e não tem planos de parar. “Não tenho vontade de me aposentar, não. Se eu não morrer antes, só saio quando fizer 75”.

Texto: Márcia Guimarães

Fotos: Evandro Seixas/DPE-AM

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