A atividade integra as ações do projeto “Pupa”, que utiliza a arte como ferramenta de ressocialização de jovens privados de liberdade
A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) promoveu, na manhã desta sexta-feira (8), uma oficina de arte com o ator Amaury Lorenzo para os adolescentes do Centro Socioeducativo Assistente Social Dagmar Feitosa. A atividade integra as ações do projeto “Pupa”, que utiliza a arte como ferramenta de ressocialização de jovens privados de liberdade. A iniciativa é um desdobramento do programa “Ensina-me a sonhar”, que visa proporcionar ações afirmativas que contribuam com o desenvolvimento social de socioeducandos.
Uma das coordenadoras do projeto, a defensora pública Dâmea Mourão, destacou o potencial transformador da arte e a importância de iniciativas como o “Pupa” no ambiente socioeducativo.
“A vantagem está no resgate através da arte, que alcança os jovens independentemente das dificuldades de acesso educacional e de aprendizagem que porventura tiveram em suas trajetórias pessoais. Isso porque a arte é acessível a todos, e o jovem tem a vantagem da criatividade e imaginação intrínsecas”, explicou.





Em seguida, ela destacou o potencial criativo dos adolescentes mesmo diante de contextos adversos. “O jovem socioeducando chega com o repertório da vida, da superação, de uma realidade difícil, precária. Suas histórias inspiraram a peça Esperança, apresentada no ano passado”, disse.
O ator Amaury Lorenzo, conhecido por papéis marcantes na televisão e pelo engajamento em causas sociais, ressaltou a importância de oferecer espaços de escuta, criação e pertencimento para jovens em cumprimento de medida socioeducativa e também reforçou o papel transformador da arte no processo de ressocialização.
“Estou muito feliz com esse convite porque hoje eu pude encontrar jovens, como eu, da periferia desse nosso país. Esses jovens que pertencem à periferia, mas que invertem o jogo e estão na luta por cidadania, por direitos. Ressocializar e reinserir esses jovens na sociedade a partir de um novo olhar, a partir da educação, do envolvimento cultural, porque arte, cultura e educação são chaves poderosas de transformação”, pontuou Amaury Lorenzo.
J.W., de 17 anos, participou da oficina e compartilhou como a experiência impactou sua perspectiva.
“Foi uma inspiração para nós que estamos aqui, na unidade do Dagmar Feitosa, para nós que queremos ser alguém na vida, quando sairmos. A oficina também foi uma forma de aliviar o meu estresse”, relatou o adolescente.
Texto: Aline Ferreira
Fotos: Junior Matos/DPE-AM