A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Microempresas (Sebrae) realizou, nesta sexta-feira (17), o encerramento e a entrega de certificados da primeira turma do Programa “Ensina-me a Empreender”, que busca a profissionalização de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em Manaus. A iniciativa é realizada por meio de rodas de conversas e palestras com profissionais de diferentes áreas.
Com aulas sobre marketing pessoal, vendas digitais, inteligência emocional, características de comportamento empreendedor, modelo de negócios entre outras, 12 socioeducandos integraram a primeira turma de formandos do curso, que possibilita um novo olhar para o futuro e que deve auxiliar na formação de novas perspectivas de outros jovens, como explica a defensora pública, e uma das coordenadoras do projeto, Monique Cruz.
“A primeira turma foi lá no Centro Socioeducativo Dagmar Feitosa, local onde tinha mais internos, mas vamos passar pelo Centro Socioeducativo Feminino, pela Unidade do Raimundo Parente, com a parceria com o Sebrae e o Termo de Cooperação assinada pelo prazo de cinco anos. Mais à frente, vamos retomar para o Dagmar Feitosa, em sequência, para as outras unidades, porque eles estão cumprindo medidas, então vão sair de lá, novos meninos vão chegar e também terão a oportunidade de se capacitar”, adianta Monique.
Extensão do programa “Ensina-me a Sonhar”, uma iniciativa que promove, nas unidades socioeducativas da cidade, variadas apresentações de profissionais de diversas áreas de carreira, com um bate-papo entre convidados e adolescentes que cumprem medidas no local, o “Ensina-me a Empreender” é considerado, atualmente, um dos projetos mais bonitos executados pela DPE-AM, segundo o Defensor Público Geral, Rafael Barbosa.
“Hoje, eu reputo, talvez, a obra mais bonita que a Defensoria do Amazonas já produziu. Embora não tenha tanta visibilidade na mídia, é extremamente valorosa para a sociedade e a Defensoria vai acreditar sempre e vai apoiá-los”, declarou o DPG.
Gratidão
Também atuante na coordenação do programa, a defensora Dâmea Mourão celebra o momento, que considera um marco quanto às ações voltadas para resgatar jovens e diminuição de reincidências.
“Eu fico muito comovida. Oo fato deles estarem aqui é inovador, uma novidade porque é algo muito difícil. Eles estão internados num regime que é considerado fechado, então a possibilidade de conviver e de participar da vida mesmo dentro das suas próprias formalidades e ver que é algo possível para eles, é realmente transformador. Como defensora, me sinto muito grata de participar com eles”, disse Dâmea Mourão.
Esperança
Presenciando a cerimônia de conclusão do curso do filho que cumpre medidas socioeducativas, dona Denise Lima, de 44 anos, destaca a esperança de ver um novo rumo para o jovem que aspira vivenciar a conquista de ter o próprio empreendimento.
“Eu fico aliviada em ver que meu filho e outros meninos estão tendo uma nova oportunidade de se capacitarem para o mundo aqui fora. Essas ações impactam a vida desses jovens, são verdadeiras transformações sociais”, disse a mãe.
Termo de cooperação
Em fevereiro de 2023, a DPE-AM, por meio do programa “Ensina-me a Sonhar”, celebrou um termo de cooperação técnica com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), para potencializar as ações propostas no então projeto “Ensina-me a Empreender”, considerado uma extensão do programa.
O acordo tem vigência de 60 meses, tendo a possibilidade de impactar cerca de 400 jovens, e é aplicado levando em consideração a capacidade de atendimento e preenchimento dos pré-requisitos de ingresso estabelecidos pelo Sebrae. A instituição estabeleceu uma trilha de conhecimento para que os adolescentes possam desenvolver desde o próprio autoconhecimento até os conceitos de empreendedorismo.
Texto: Priscilla Peixoto
Fotos: Márcio Silva