Defensoria debate violência obstétrica com mulheres indígenas em Maués

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), por meio do Polo de Maués, realizou audiência sobre violência contra a mulher, com foco na violência obstétrica. A reunião ocorreu no dia 02 de maio, tendo a presença da defensora pública Elânia Cristina, que atua no polo.

A defensora afirmou que a audiência foi muito benéfica para identificar novos casos de violência obstétrica. “A audiência pública foi muito importante porque pudemos colher relatos de violência que ainda ocorrem em Maués. A partir dessas denúncias podemos ter um norte para a atuação e em que ponto podemos atuar para que essas práticas não ocorram, seja a partir de recomendações, outras reuniões e encaminhamentos que estão sendo programados.”

Audiência contou com a advogada Natália Demes e a ativista Gabriela Repolho, que integram o Coletivo Humaniza, associação da sociedade civil que objetiva erradicar a violência obstétrica. Além delas, estiveram presentes autoridades, como a Dra. Miriam Figueiredo da Silveira, promotora de Justiça com atuação em Maués e o Secretário Municipal de Saúde, Franmartony Oliveira Firmo, bem como lideranças indígenas que realizaram várias denúncias sobre a violação de direitos da mulher, possibilitando a parteiras tradicionais indígenas darem seus relatos e comporem a mesa.

“As suas histórias mostram o quanto é importante dar voz às mulheres, valorizar os conhecimentos tradicionais, justamente pela potencialidade em trazer respostas referentes ao ‘partejar’, de modo a complementar o saber científico, e que, portanto, não deveria ser descartado pelos profissionais de saúde apenas pelas diferenças de técnicas aplicadas”, informou o Coletivo Humaniza em nota.

Ednamara de Oliveira, que esteve presente na audiência fazendo a tradução simultânea de português para sateré-mawé, agradeceu o apoio da DPE-AM. “Estamos aqui firmes e fortes para continuar de mãos dadas com a Defensoria, para que possamos minimizar esses atos criminosos contra as nossas mulheres, nossas filhas e todo tipo de violência. Agradecer a Defensoria por promover essa iniciativa para que continuemos lutando pelos nossos direitos. Muito obrigada”, disse.

A defensora pública Elânia Cristina agradeceu o apoio de todos ajudaram a realizar a audiência. “Agradeço especialmente a participação das mulheres indígenas e ribeirinhas que puderam se expressar em sua língua materna. Foi uma barreira que conseguimos ultrapassar graças ao apoio da Ednamara em que nos ajudou com a dificuldade que seria a língua.”

A defensora ressalta que as mulheres que sofrerem com a violência obstétrica podem procurar o Polo de Maués no endereço, Rua Guaranópolis número 107, Centro, ou pelo Whatsapp (92) 98558-8797.

Comece a digitar sua pesquisa acima e pressione Enter para pesquisar. Pressione ESC para cancelar.

De volta ao topo
Pular para o conteúdo