Defensoria alerta para necessidade de implantação do Corpo de Bombeiros em Maués

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) no Polo de Maués alerta para a necessidade de implantação de uma unidade do Corpo de Bombeiros no município. A cidade é desguarnecida de estrutura de combate a incêndios e assistência a outras ocorrências que colocam a população sob risco de morte, como afogamentos e acidentes em geral, em que se faz necessária a atuação do Corpo de Bombeiros. No incidente mais recente, moradores do Centro e comerciantes se colocaram em risco para debelar um incêndio de grandes proporções em uma loja e precisaram buscar água no rio. As chamas poderiam atingir um quarteirão inteiro e outros estabelecimentos comerciais.

A Defensoria Pública está prestando assessoria jurídica aos proprietários do prédio destruído pelo fogo, provocado por sobrecarga de energia elétrica, para eventual reparação civil pela falta do serviço público de prevenção e extinção de incêndio. No dia 1º de abril, a coordenadora do Polo de Maués, Elânia Cristina Fonseca, realizou uma inspeção nos escombros da loja. No dia 27 de abril, a Defensoria Pública promoveu reunião com o secretário de Estado de Segurança Pública, coronel Louismar Bonates, por videoconferência.

Em ofício encaminhado na terça-feira (27) ao secretário, a defensora expõe a necessidade da presença de unidade do Corpo de Bombeiros no município, com destacamento de bombeiros militares e pelo menos um caminhão. A defensora relata, ainda, como a população precisou agir para combater o fogo durante incêndio à loja, no dia 27 de março deste ano. Requer, por fim, que a resposta ao ofício seja enviada no prazo de dez dias.

De acordo com o relato da defensora, o incêndio na Loja Jamily Confecções, no Centro de Maués, foi contido graças ao esforço da população em se mobilizar para a contenção das chamas, utilizando-se de mangueiras e baldes de água. “Os riscos, porém, não se limitaram ao fogo. A combustão comprometeu parte do prédio, de grande porte, que chegou a desabar. Ademais, observou-se explosões, em razão de botijões de gás presentes no interior do imóvel, conforme noticiado”, diz a defensora Elânia, no ofício.

Ainda segundo a defensora, que no ímpeto de evitar que o fogo se alastrasse para os prédios vizinhos, com riscos de atingir todo o quarteirão, os donos dos postos de combustíveis esvaziaram os tanques dos caminhões pipas, lavaram os automóveis com água e sabão e disponibilizam-nos para que fossem usados como instrumentos para a contenção do fogo.

“A medida extrema, tomada em razão do completo pânico em que todos se encontravam e ausência de caminhões de maior porte para conter o incêndio, permitiu apagar os principais focos do incêndio, que perdurou até a manhã do dia seguinte, 28 de março de 2021”, diz trecho do ofício.

Para a defensora, foi “um completo milagre que nenhuma pessoa tenha sido vitimada fatalmente, em razão da exposição em demasia às labaredas, a respiração de fumaça, o perigo de populares serem atingidos durante o desabamento do prédio ou durante as explosões”.

A defensora ressalta, ainda, que o fato do incêndio ocorrer na parte central da cidade, a um quarteirão do Porto de Maués, permitiu que tanto a população, quanto os automóveis se dirigissem ao rio para abastecer seus baldes e seus tanques. De acordo com ela, se o incêndio tivesse ocorrido em localizações mais periféricas da cidade, sem fácil acesso ao rio – a exemplo do bairro Senador Esteves, o qual apresenta o maior conjunto populacional da cidade – certamente o incêndio tomaria maiores proporções, com perda de inúmeras residências e vidas humanas.

Outras ocorrências

No ofício ao secretário de Segurança Pública, a Defensoria destaca que Maués registrou casos recorrentes de incêndios nos últimos tempos, incluindo os incêndios e queimadas sazonais no período da seca, na sede do município. Relata, ainda, que, no dia 25 de abril deste ano, registou-se a morte de um jovem, vítima de afogamento, cuja busca do corpo foi realizada por populares, expondo-os a riscos, dada a ausência de técnica e equipamentos adequados para tanto.

A Defensoria lembra que Maués pertence à Mesorregião do Centro Amazonense e Microrregião de Parintins, e possui atualmente cerca de 65.040 habitantes, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2020, com projeção de mais de 70 mil habitantes no ano de 2021.

Reforça, ainda, que no município de Maués, conhecido como o Caribe Amazônico em razão de suas praias, a instalação de uma unidade do Corpo de Bombeiros no Município se mostra importante não apenas pelos serviços de prevenção e extinção de incêndios, perícias de incêndio relacionadas a sua competência, atividades de segurança contra incêndio e pânico, com vistas à proteção das pessoas e dos bens públicos e privados, como também pelos serviços de busca e salvamento.

Fotos: Divulgação/DPE-AM

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