Ações realizadas Escola Superior reuniram defensores, servidores e estagiários em dois dias de formação
A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) realizou, por meio da Escola Superior (Esudpam), nesta quinta (25) e sexta-feira (26), dois cursos voltados ao aprimoramento de defensores, servidores e estagiários. As atividades tiveram como temas “Políticas Constitucionais” e “Inteligência Artificial na Prática: Capacitação para a Defensoria Pública” que aconteceram no auditório da sede da instituição, em Manaus, levando o compromisso da Defensoria em investir na formação permanente e na disseminação de conhecimento jurídico e tecnológico.
De acordo com o diretor da Esudpam, o defensor público Helom Nunes, a proposta é criar espaços de reflexão e atualização que impactem diretamente na atuação da Defensoria junto à população.
“Trazer especialistas para dentro da Defensoria é uma forma de renovar nosso compromisso com o acesso à Justiça. Não temos como nos comparar a ninguém, porque atuar no Amazonas exige uma disposição diferenciada. Graças a Deus vemos isso no corpo integrante da Defensoria, que se dedica a superar desafios únicos em nosso estado”, destacou.
Os dois cursos fazem parte do calendário contínuo da Esudpam, que inclui palestras, oficinas e programas de extensão. A proposta é fortalecer a Defensoria como função essencial à Justiça, capacitando seu corpo interno para lidar com temas contemporâneos, da garantia de direitos constitucionais à incorporação de tecnologias que podem transformar a prestação de serviços públicos.
Reflexão sobre Políticas Constitucionais
O primeiro encontro, realizado na quinta-feira (25), tratou sobre Políticas Constitucionais, tema conduzido pela professora Maralice Verciano, da Universidade do Salento. O objetivo foi provocar uma reflexão sobre a diferença entre políticas públicas, geralmente, associadas a programas de governo, e os direitos sociais já garantidos pela Constituição, que devem ser efetivados de forma imediata.
Ao explicar esse conceito, a professora destacou que o trabalho da Defensoria do Amazonas é um exemplo concreto de como transformar direitos constitucionais em respostas sociais.


“O trabalho da Defensoria Pública do Amazonas é de referência internacional, porque consegue dar respostas sociais efetivas em um estado de enormes desafios geográficos. Esse é um trabalho empático, que reconhece a dificuldade do outro onde quer que ele esteja”, afirmou.
Para os participantes, a palestra contribuiu para ampliar a visão sobre o papel da instituição. O servidor Diego Picanço, que atua na recepção da unidade do bairro Belo Horizonte, ressaltou como a formação reforçou o compromisso com os assistidos.
“Foi uma oportunidade de entender que o que fazemos não é favor, mas direito garantido. O cidadão que procura a Defensoria tem esse direito reconhecido pela Constituição, e isso muda a forma como enxergamos nosso trabalho”, disse.
Inteligência Artificial aplicada à Defensoria
Já na sexta-feira (26), a Esudpam promoveu para cerca de 250 participantes, o curso “Inteligência Artificial na Prática: Capacitação para a Defensoria Pública”, ministrado pela auditora de Controle Externo do TCE-AM, Juliana Campagnolli. O treinamento buscou aproximar defensores, servidores e estagiários das principais ferramentas digitais disponíveis atualmente e mostrar como elas podem otimizar fluxos de trabalho dentro da instituição.
A proposta foi equilibrar teoria e prática, explicando tanto os benefícios quanto os riscos da aplicação da IA no sistema de Justiça. Segundo Juliana, a tecnologia pode liberar defensores e servidores de tarefas repetitivas, permitindo que mais tempo seja dedicado ao atendimento direto da população.
“A inteligência artificial deve ser usada de maneira estratégica e responsável. Ela ajuda a reduzir tarefas burocráticas, liberando mais tempo para que defensores e servidores se dediquem a um atendimento humano e de qualidade”, explicou.

De acordo com a defensora pública Petra Sofia, que também atua como coordenadora temática na Esudpam, é importante que a Defensoria acompanhe esse movimento de transformação digital. “A Escola tem a preocupação de oferecer capacitações que alcancem todo o corpo de atendimento. No caso da inteligência artificial, é essencial acompanhar as novidades sem perder de vista a ética e o uso consciente, para que o resultado final seja sempre em benefício da população vulnerável”, afirmou.
Capacitações da Esudpam
A Escola Superior da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (Esudpam) tem se consolidado como um dos principais eixos de fortalecimento institucional da DPE-AM. Criada para promover a formação técnica e cidadã de defensores, servidores e estagiários, a escola funciona como espaço de reflexão, atualização e inovação dentro da Defensoria.
Nos últimos anos, a Esudpam intensificou sua programação de cursos, oficinas, palestras e seminários, trazendo especialistas nacionais e internacionais para dialogar com o corpo da instituição. Essa estratégia garante que a Defensoria esteja preparada para lidar com as demandas complexas da realidade amazônica, marcada por grandes distâncias, diversidade cultural e elevada vulnerabilidade social.
Além de capacitações voltadas a temas jurídicos, como direitos humanos e constitucionais, a Escola também tem investido em formações ligadas à tecnologia, comunicação e gestão pública. O objetivo é oferecer ferramentas práticas que qualifiquem ainda mais os atendimentos prestados à população, promovendo uma atuação cada vez mais eficiente e próxima do cidadão.
Na Esudpam, a proposta é ir além do aspecto técnico, estimulando também a formação humanizada. A Defensoria é, acima de tudo, uma instituição de acolhimento, e a Esudpam busca amplificar entre seus integrantes valores de empatia, solidariedade e compromisso social, com foco diretamente na transformação de vidas em todo o Amazonas.
Texto: Ed Salles
Foto: Junio Matos/DPE-AM