Palestra faz parte do projeto ‘Ensina-me a sonhar’, que promove atividades para jovens em situação de privação de liberdade
A convite da Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM), o poeta, músico e professor Celdo Braga teve uma conversa inspiradora com os adolescentes do Centro Socioeducativo Assistente Social Dagmar Feitosa nesta sexta-feira (18). A palestra é a 14º realizada este ano como parte do projeto “Ensina-me a Sonhar”, que busca dar alternativas para jovens que cumprem medidas socioeducativas.
Uma das coordenadoras do projeto, a defensora pública Monique Cruz explicou que o compositor amazonense foi uma escolha propícia para o projeto, porque reflete um dos pilares da iniciativa: superação.
“Celdo Braga tem tudo a ver com o projeto. Ele veio de Benjamin Constant, participou, por 25 anos, do grupo Raízes Caboclas, um grupo regional que teve repercussão internacional. Ele trouxe também a experiência de empreendedorismo, que também soma com o outro projeto que nós temos, o Ensina-me a Empreender”, detalhou.





Entre poemas e histórias da vida pessoal e profissional, Celdo contou como ganha dinheiro por meio da arte, criando instrumentos feitos a partir de materiais retirados da natureza: sementes de tucumã, cuia e até caroço de manga. Ele explicou brevemente como funciona o mercado local e o interesse internacional na Amazônia.
“Mesmo fora desse ambiente, no geral, esse olhar empreendedor é de poucos. E na condição que eles estão aqui, sempre buscando uma perspectiva, o olhar empreendedor é uma forma muito forte para incentivá-los para mudar a rota”, refletiu.
Em uma hora de conversa, o poeta recitou ainda algumas das obras que compôs e juntou os adolescentes para improvisarem uma canção, em um momento bem descontraído.
Isso foi o bastante para deixar Jorge* encantado com as muitas possibilidades que o mercado cultural pode trazer para a vida de quem se dedica. O adolescente de 17 anos está no centro há oito meses e já fez três cursos pelo projeto da Defensoria Pública. Com esta última palestra, ele se mostrou motivado a unir duas paixões pessoais: música e Amazônia.
“Eu acredito que a música pode mudar a vida de muitas pessoas, inclusive a dele [Celdo]. Ele foi um poeta que se tornou músico. E eu vejo também que ele é apaixonado pela Amazônia. É por isso que eu sou apaixonado pela música, inclusive a música que se encaixa dentro da nossa Amazônia, porque a natureza é uma coisa que não tem como explicar”, refletiu o adolescente.
Texto: Thamires Clair
Foto: Brayan Riker/DPE-AM