O mês mudou e a cor também. Novembro Azul chegou na Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), colocando em pauta a saúde dos homens da instituição. Em apoio à campanha ‘Saúde Também é Papo de Homem’, promovida pela Associação Brasileira de Urologia (SBU), a DPE-AM reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata para os membros e servidores do órgão, jogando luz a outros problemas que podem acometer este público.
No Amazonas, estima-se que 480 homens sejam vítimas do câncer de próstata em 2021. A previsão é do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e foi divulgada por meio da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado (Fcecon). Diante deste cenário, o objetivo da Defensoria é promover uma mudança de paradigmas em relação à ida do homem ao médico para a realização de exames preventivos. Por isso, o mês de novembro será destinado a momentos de sensibilização e autocuidado para o público masculino da instituição.
Nesta semana, a fachada da sede administrativa foi iluminada na cor azul como ato de apoio à campanha e laços na cor azul, símbolo do movimento, começaram a ser distribuídos a membros e servidores nesta sexta-feira (12).
Uma ação de relaxamento e autocuidado será realizada na sede administrativa da Defensoria, no dia 26 de novembro, visando o bem-estar do público masculino que integra o quadro profissional da DPE-AM. Ao longo de novembro, também serão disponibilizados materiais informativos sobre o câncer de próstata. As ações fazem parte de um programa iniciado em setembro de 2021 voltado para a saúde e qualidade de vida no trabalho, com serviço psicossocial destinados a membros, servidores e estagiários.
Para o servidor Claudio de Sena, que atua na Diretoria de Tecnologia da Informação da DPE-AM, a campanha é necessária para quebrar o tabu sobre o tema.
“Acredito que essa campanha de prevenção além de ajudar a diminuir a incidência desses casos de câncer de próstata, principalmente ajuda no acolhimento e sentimento de valorização do servidor público. Por uma questão de saúde e principalmente na quebra de preconceitos em relação ao exame. Porque estamos inseridos em uma sociedade historicamente machista, é algo que está impregnado, é uma característica cultural que só irá mudar ao longo dos anos e esses detalhes ainda servem de barreira”, avaliou o servidor.
Pandemia reduziu cuidados
Dados do Ministério da Saúde, obtidos a pedido da SBU, revelam que com a pandemia da Covid-19, inúmeras consultas, exames e tratamentos relacionado à doença foram adiados. A coleta de PSA e de biópsia da próstata, que junto com o exame de toque retal diagnosticam a doença, tiveram quedas na ordem de 27%2 e 21%2, respectivamente.
O momento atual é de retomada, o que faz com que este ano, o movimento Novembro Azul ganhe ainda mais força na luta contra o câncer de próstata, servindo de alerta para que os homens retomem os cuidados com a saúde e as consultas médicas.
Mesmo na ausência de sintomas, a Sociedade Brasileira de Urologia, recomenda que homens a partir dos 50 anos procurem seu urologista anualmente para realizar o exame de toque. Se for em caso de homens afrodescendentes, ou histórico familiar de câncer de próstata, deve ser iniciada a prevenção aos 45 anos.
As principais causas da doença são idade, histórico familiar, estilo de vida, alimentação com excesso de gordura, exposição a produtos químicos como aminas aromáticos (comuns na indústria química, mecânica e de transformação de alumínio) e arsênio (usado como conservante de madeira e agrotóxico).
Na fase inicial, o câncer de próstata pode ser uma doença silenciosa. De acordo com o Inca, muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite), em fases avançadas, dor óssea e/ou insuficiência renal. Por isso, realizar exames médicos pode ajudar a diagnosticar o câncer logo no início, aumentando a chance de sucesso do tratamento.
Texto e Fotos: Ítala lima/ DPE-AM